Seguros para empresas
Em princípio este tema é velho. Afinal, desde o final do século 19
que as empresas européias e norte-americanas contratam
regularmente os mais diversos tipos de seguros para garantirem
suas operações e seu patrimônio. No Brasil também não tem nada de
novo falar em seguros empresariais. Eles estão aí, e até meados da
década de 80 eram o carro chefe da atividade, o filé-mignon pelo
qual as seguradoras brigavam, o diferencial entre ser uma
companhia de seguros respeitável ou não.
Então, por que estou retomando o tema? Porque existem seguros e
seguros, e empresas e empresas, e volta e meia uma empresa que se
julgava bem segurada, depois de um sinistro, descobre que não
tinha cobertura para os riscos que efetivamente a ameaçavam.
Risco é coisa séria e seguro é um contrato com condições
específicas quanto à responsabilidade de cada uma das partes.
Portanto, antes de qualquer pessoa contratar um seguro, é
indispensável ela saber quais os riscos que efetivamente a
ameaçam, que providências pode tomar para minimizar o impacto de
um sinistro e quanto ela pode gastar para se proteger no caso de
sua ocorrência.
Se decisões desta natureza são difíceis de serem tomadas com
relação aos riscos individuais, o que dizer dos riscos
empresariais. Uma empresa, por menor que seja, tem tipicidades que
fazem que a análise criteriosa dos eventos que podem afetá-la seja
única e diferente da de qualquer outra empresa, por mais
semelhante que as duas sejam.
Existem particularidades que diferenciam a forma como as compras
são feitas, os estoques administrados, as matérias primas
utilizadas, o produto final comercializado. Diferenças que se
tornam mais acentuadas quando pensamos que as empresas hoje não
são apenas "indústria e comércio", mas que o setor de serviços é o
que mais tem crescido no mundo e que sua abrangência é quase
ilimitada, aumentando exponencialmente os riscos que podem ameaçar
quem está nele.
Diante desse quadro, minha primeira recomendação é que todo
empresário tenha um corretor de seguros profissional, competente e
preparado para auxiliá-lo a tomar as decisões necessárias para
proteger eficazmente seu negócio, independentemente do tamanho ou
do setor de atividade.
Para mostrar que o tema envolve decisões complexas, começo
lembrando que todo mundo, quando pensa em seguro, pensa em
primeiro lugar no seguro de incêndio. Mas será que um incêndio é o
risco mais sério que pode ameaçar uma empresa de segurança? Será
que uma empresa de desenvolvimento de software também tem neste
risco o grande gargalo que pode paralisar suas atividades? Em
contrapartida, será que uma padaria ou uma metalúrgica podem
deixar de ter seguro de incêndio? E será que todas elas não
precisam de seguro de responsabilidade civil?
Este é um seguro que no Brasil ainda é pouco difundido, mas que é
essencial para toda e qualquer empresa, pelo tamanho dos riscos
envolvidos na simples existência do estabelecimento, em suas
operações e nas conseqüências delas. E o seguro de
responsabilidade civil é um seguro sofisticado, com garantias
exatas, que não indenizam o que não estiver definido como coberto.
Por outro lado, os riscos de transporte, com o aumento da
criminalidade, já se tornaram tão comuns de se transformarem em
sinistros, que a contratação dos seguros passou a ser muito mais
difícil, com limitações e exigências que, se não forem cumpridas,
desobrigam as seguradoras do pagamento das indenizações.
E os riscos em função da localização das empresas raramente são
levados em conta, deixando seu patrimônio sujeito a eventos cada
vez mais comuns, como a queda de aeronaves, não mais apenas
próxima dos aeroportos, mas nas rotas e regiões que sobrevoam.
Além disso, enchentes acontecem regularmente e vendavais também,
para não falar no impacto de veículos contra imóveis.
Como se vê, o tema é mais complexo do que parece e merece atenção
especial do empresário que pretende ser bem sucedido.
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